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10 outubro, 2019

Eu não te curei



Calma, eu não te desejo mal algum. Não acho que sejas um cão, nojento, mal carácter. Pelo contrário, desejo-te uma vida de aprendizado e, por incrível que pareça, ainda te considero um ‘’homenzão da porra’’ como se diz por ai... Tens um coração puro, uma determinação sem limites, um mente invejável, um potencial tão grande para fazer coisas incríveis e realizar sonhos impensáveis... Mas o que tens de bom também tens de mau, e eu não te culpo por isso. Tu és apenas uma vítima desse mundo, trouxeste contigo feridas antigas, dores tão profundas e... eu não fui capaz de te curar. E olha que não foi falta de vontade, eu tentei até não ter mais forças... dei-te o meu melhor, amei-te, compreendi-te, abracei-te até quando tu me rejeitaste, cuidei dos teus ferimentos, limpei as tuas lágrimas, vi-te no teu pior e ainda assim eras a melhor parte de mim. Dei-te tudo que tinha, mas isso não foi suficiente para que deixasses de lado o teu egoísmo, esse ego inflado, essa sede insaciável de provar todas as mulheres do mundo, essa cegueira que te impedia de ver a mulher incrível que tinhas ao lado.  
Doei-me a ti ao ponto de me esquecer que eu também merecia ser vista, cuidada, valorizada. Mas quando me apercebi disso, simplesmente peguei a minha bagagem e fui embora, abri a janela do mundo e vi o mar de oportunidades que me escapava enquanto eu esperava pela tua mudança. Eu fui embora, dei-me uma oportunidade de ser feliz e quero que tu faças o mesmo. Não, eu não tenho raiva de ti... tenho um pouco de pena, só... Não, eu não quero que Deus te retribua todo mal que me causaste... Espero que Ele te ensine, simplesmente. Não, eu não te vou privar de encontrar alguém que te ame tal como eu te amei. Eu quero que encontres alguém te ame mais ainda... e que tu ames na mesma proporção, talvez assim sintas o que um dia eu senti. Para ser sincera, eu não te julgo... pois entendo que há dores e traumas maiores do que os nossos próprios valores. Tu és uma boa pessoa que foi contaminada por esta cidade imunda...
Eu não te curei, não te mudei, não consegui ser a mulher que carrega aquele troféu de ‘’guerreira’’ por ter suportado o pior de um homem e permanecido firme por fora enquanto morria por dentro. Felizmente, não fui esse tipo de mulher... E curar-te não era a minha missão, porque essa tarefa é tua.
Vou-me embora da tua vida, certa de que as coisas não poderiam ter tido outro desfecho, aprendemos um com o outro a medida do que estávamos prontos para ensinar, vivemos um pelo outro no tempo que nos estava reservado e continuamos a jornada... separados, mas completos.
A ti desejo um punhado de silêncios e consciência para perceberes só tu te podes curar.
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28 julho, 2016

A outra


Mais uma vez vejo-me arrastada de volta para esse círculo interminável de promessas quebradas e corações dilacerados. Eu sofro com esse amor, melhor, sofro com essa ausência de amor. Os problemas começam quando toco no assunto divórcio, quando pergunto se já deu entrada nos papéis. Nesses momentos eu percebo que serei sempre o plano B, o pneu de socorro, o escape para seus problemas conjugais. Serei sempre a OUTRA. 

Não importa o que eu faça eu serei sempre aquela à quem ele recorre sempre que a mulher não quer ou pode satisfazê-lo e em alguns momentos vejo minha razão a ser traída pelo coração que tenta ajustar-te á essa situação quando ouve os pedidos de desculpas que ele faz um dia depois de termos trocados todos os tipos de palavras ofensivas, quando sente-se acalentado por seus beijos eloquentes, pelas carícias em partes de meu corpo que só ele conhece e sabe o jeito certo de tocar cada uma delas.

Sei que para ele isso tudo talvez não passe de algo físico, uma relação puramente carnal, mas para mim... Ah! Eu coloquei o coração na frente, sabia que ele era proibido para mim, mas ainda assim arranjei todo o tipo de desculpas para seduzir minha consciência e fazê-la ignorar todos os meus princípios morais e cada dia é-me mais difícil deixo-lo ir e libertar-me desse círculo infindável de muita dor, muitas lágrimas, muito tormento, pouco sossego, alguma emoção e nenhum amor.

Autora: Bereznick Rafael 
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