Autor: Isis Hembe
Encontramo-nos muitas
vezes perdidos, sem referências culturais; e isso se agrava quando recebemos, de
todas as direcções, produções artísticas de alta qualidade; o que pode ser
muito saudável ou nem por isso.
Sempre nos dá aquele
vazio quando tentamos responder a seguinte questão: afinal quais são as nossas
produções artísticas das quais devemos nos orgulhar?
Temos inúmeras,
certamente. No entanto, vamos seleccionar algumas que nos vão servir de matrizes
e, talvez, nos inspirem a procurar por mais: Mwana Pwo, é uma máscara
do povo Cokwe, que retracta o espírito feminino na sua expressão de graciosidade,
beleza e elegância. Um dos exemplares da máscara datada do final
do século XIX, passou até bem pouco tempo, por momento conturbados ao ser
roubada de seu museu de origem: Museu do Dondo. Capturada, posteriormente, no
mercado clandestino parisiense. Esse episódio é um atestado do valor universal
que a obra encerra.
No teatro se evidencia a
grande peça de Henrique Abrantes, que por sinal, tem um curriculum invejável:
Hotel Comarca. Única peça africana a se fazer presente na V edição do festival
de artes cénicas da América Latina de 2010.
Na dança, não poderíamos
deixar à margem, a Kizomba e o Kuduro. Estilos de dança que mais multiplicam
ginásios a nível da Europa, desbancando estilos
mais tradicionais e consagrados da cultura universal.
Precisaríamos de dedicar
um site inteiro para discorrer sobre todas as manifestações artísticas e
culturais que se tornam hits internacionais. A depender da época e conjuntura
social da mesma, obviamente. Mas, mais do que hits, precisamos estar atentos a
produção nacional e não só, para que não seja necessário o reconhecimento
internacional para permitirmos que a arte nos toque à alma.
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